A Coleção
17 - Silvio Caldas
Informações Técnicas:
- Dimensões: 14,4 x 12,9 cm
- Páginas: 64 páginas
- Capa: dura e revestida em papel couchê
- CD: 14 faixas por CD
Veja o repertório:
- CHÃO DE ESTRELAS - Maria Bethânia (1996)
- ANDORINHA - Elizeth Cardoso & Silvio Caldas (1971)
- ARRANHA-CÉU - Silvio Caldas (1937)
- CABELOS COR-DE-PRATA - Nelson Gonçalves (1988)
- MINHA PALHOÇA - Silvio Caldas (1964)
- QUASE QUE EU DISSE - Silvio Caldas (1958)
- BONECA - Silvio Caldas (1935)
- ARREPENDIMENTO - Silvio Caldas (1952)
- TRÊS LAGRIMAS - Silvio Caldas (1941)
- DEUSA DA MINHA RUA - Silvio caldas (1939)
- O NOME DELA NÃO DIGO - Silvio Caldas (1936)
- MULHER - Silvio Caldas (1940)
- VIVA MEU SAMBA - Silvio Caldas (1957)
- VELHO REALEJO - Silvio Caldas (1940)
Nascido em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 23 de maio de 1908, Silvio Narciso de Figueiredo Caldas, teve sua infância cercada de ritmos musicais.
Sílvio Caldas pertenceu a uma família de músicos. Sua mãe cantava, e seu pai era afinador de pianos e compositor. Sem negar os dotes da família, aos cinco anos fez sua primeira apresentação pública, cantando uma música brejeira no Teatro Fênix.
Começou a carreira profissional em 1927, ano em que levado por Máximo de Albuquerque, fez um teste na Rádio Mayrink Veiga onde começou a atuar. Dois anos mais tarde, passou a cantar na Rádio Sociedade.
O ano de 1930 reservaria muitas surpresas para Silvio Caldas. Em fevereiro gravou "Tracuá me ferrô", em dueto com Breno Ferreira, pela gravadora Victor. Foi também nesse período que atuou na revista Brasil do amor e lançou 19 discos pela Victor, com 32 músicas. No ano seguinte, gravaria "Faceira", de Ary Barroso, seu primeiro grande sucesso.
Nessa década iria se dedicar principalmente ao samba e a gravação de marchinhas. "Maria" e "Segura esta mulher" ficaram famosas e tornaram Sílvio Caldas conhecido como o intérprete de Ary Barroso.
Durante a década de 30, Silvio Caldas cantou em praticamente todas as emissoras de rádio do Rio. Gravou também muitas canções como "Na aldeia", "Boneca", "O telefone do amor", "Por causa dessa cabocla" e "Inquietação".
Em 1934, tornou-se parceiro de composições de Orestes Barbosa. Três anos mais tarde lançou "Chão de estrelas", que virou seu maior sucesso, tornando-se obrigatória nas rodas de seresteiros. No ano seguinte, com a marcha "As pastorinhas", de Noel Rosa e João de Barro, o Braguinha, foi escolhido Cidadão Samba.
Gravou "Mulher", de Custódio Mesquita e Sadi Cabral, em 1940. Dali a dois anos faria a regravação do clássico "Aquarela do Brasil" e "Na baixa do sapateiro", ambos de Ary Barroso. Em 1943, fez a primeira gravação da gravadora Continental com "Mágoas de um trovador".
Em meados da década de 40 participou de filmes nacionais como "Tristezas não pagam dívidas" e "Luz dos meus olhos", ambos de José Carlos Burle, e "Não adianta chorar", de Watson Macedo.
Assinou contrato com a gravadora Colúmbia em 1954 e lançou as canções "Poema dos olhos da amada" e "São Francisco", de Vinicius de Moraes e Paulo Soledade, e os sambas "Você não veio", "Perdoa Senhor" e "Vivo em paz", de sua autoria.
Lançou seis LPs entre as décadas de 1950 e 1960. Em 1968, o disco "Isto é São Paulo" trouxe 11 composições de Lauro Miller sobre a cidade. "Ipiranga", "Freguesia do Ó" e "São Paulo antigo" foram algumas das faixas que musicaram os bairros paulistanos e seus encantos.
No final da década de 1960, Silvio Caldas diminuiu o ritmo de suas participações e atuações e praticamente se retirou da vida artística. No entanto, voltou tantas vezes a cantar que foi chamado de "Cantor das despedidas".
Motivos para retorno e recomeçar em sua vida, não faltaram. Casou-se pela segunda vez aos 56 anos. Em 1974, seu filho de nove anos morreu atropelado. Para Silvio, o acidente era "vontade de Deus". Dois anos depois, com quase 70, teve outro filho.
Um de seus registros mais importantes foram os dois LPs "Silvio Caldas ao vivo - Histórias da MPB", gravado em 1973. Em mais de 50 músicas gravada contou a história da música popular, interpretando obras de diversos compositores, como Dorival Caymmi, Lamartine Babo, Noel Rosa e Ary Barroso.
Silvio Caldas morreu aos 89 anos, em 3 de fevereiro de 1998, na cidade de Atibaia. O compositor foi sepultado no cemitério Parque das Flores. O motivo do falecimento foi parada cardiorrespiratória em função de uma anemia profunda. Cerca de um ano antes de sua morte, Caldas já sofria de anorexia.
Contexto histórico
Silvio Caldas nasceu em 1908, o mesmo ano do compositor Cartola. Começou a cantar profissionalmente na década de 20 e foi contemporâneo de nomes de peso da MPB, como Noel Rosa.
Na década de 30, quando se apresentava em espetáculos de revista, fez sucesso por sua voz e ritmo, ficando marcado por imprimir sua marca às serestas. Gravou clássicos da música brasileira entre eles "Chão de Estrelas" e "Aquarela do Brasil".
Curiosidades
Profissões
A primeira apresentação de Silvio Caldas foi aos cinco anos. Aos seis, começou a cantar na "Casa dos Bigodinhos", um clube que sediava saraus na época. Aos nove anos começou a trabalhar como aprendiz de mecânico e tornou-se conhecedor da profissão.
Mais um
Certa vez, quando cantou "Faceira", de Ary Barroso, em uma apresentação no teatro Recreio, no centro do Rio, agradou tanto a plateia que foi aplaudido de pé. Teve que cantar o samba oito vezes.
Dívidas
Quando morreu, aos 89 anos, deixou uma dívida de R$295 mil junto à Caixa Econômica Federal por conta da hipoteca do sítio em que morava, que o compositor não tinha como pagar. Sua mulher explicou à Folha que a dívida inicial, em 1983, era de R$ 44 mil. "O resto são juros acumulados nesses anos todos, mudança de moeda", disse.
Sonoridade
O título original de "Chão de estrelas" era "Sonoridade que acabou". A mudança foi uma sugestão do poeta paulista Guilherme de Almeida. A princípio, Orestes Brabosa, que compôs a canção com Caldas, não queria que a música fosse gravada. A música se tornou sucesso nacional quando foi gravada pela segunda vez, na década de 1950.
Violeiro
Silvio Caldas era amigo de Alcebíades Monjardim, o pai da cantora Maysa. Foi ele quem a ensinou a tocar violão. Ambos brigaram porque Silvio achava loucura Alcebíades permitir que a filha ingressasse na carreira artística.